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A pandemia: a cultura e o turismo no olho da tempestade

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O Rijksmuseum, em Amsterdã, foi temporariamente fechado em março de 2020 devido à pandemia. O maior museu da Holanda atraiu 2,7 milhões de visitantes em 2019, o maior número desde que foi inaugurado em 1885.

Mila Ibrahimova
UNESCO

A crise de saúde da COVID-19 mergulhou a economia mundial na recessão. Entre os mais afetados estão as viagens e o turismo, um dos maiores setores industriais do mundo, bem como a cultura. 

A Organização Mundial do Turismo (OMT) das Nações Unidas projetou para 2020 um declínio de 60% a 80% nas chegadas internacionais – em comparação com uma queda de 4% após a crise econômica em 2008. Como o turismo gera divisas, estimula o desenvolvimento regional, apoia diretamente inúmeros tipos de empregos e negócios, e sustenta muitas comunidades locais – especialmente em países em desenvolvimento e nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento –, reiniciar esse setor é uma grande preocupação para os governos de todo o mundo. 

As indústrias da cultura e do turismo representam cerca de 330 milhões de empregos em âmbito mundial. Atualmente, um em cada dez postos de trabalho é afetado pela pandemia, com trabalhadores migrantes, jovens e mulheres constituindo uma proporção significativa dessa força de trabalho.

O turismo cultural representa quase 40% das receitas do turismo mundial, com os sítios do Patrimônio Mundial e museus muitas vezes servindo como pontos de atração para os visitantes. Em março e abril de 2020, no auge do confinamento mundial, que está começando a ser relaxado em algumas regiões, 95% dos museus permaneceram fechados – dos quais até 13% podem não voltar a reabrir. Em nove entre dez países, os sítios do Patrimônio Mundial também fecharam. O fechamento dessas instituições e monumentos leva inevitavelmente a cortes de pessoal e à perda de empregos.

Muitas práticas culturais intangíveis também foram interrompidas, o que impactou não apenas a vida cultural das comunidades, mas também aquelas que trabalham com artes cênicas e artesanato tradicional. Além disso, trabalhadores do setor criativo – como teatros, galerias de arte e restaurantes gastronômicos – também foram duramente atingidos.


© UNESCO

Leia mais:

Repensar os museus para o futuro, O Correio da UNESCO, jul./set. 2020

Movimento global da UNESCO – ResiliArt

The Culture and Public Policy Tracker

UNESCO World Heritage Site Virtual Tours

Culture in crisis: policy guide for a resilient creative sector

 

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