Embora o oceano cubra 71% do planeta, desempenhe um papel determinante na regulação do clima e forneça recursos indispensáveis à humanidade, ele não figura de forma proeminente nos currículos escolares e nos livros didáticos. É a partir desta constatação que nasceu o conceito de cultura oceânica – acesso ao conhecimento sobre o oceano.
No início dos anos 2000, um grupo de cientistas e professores oceânicos norte-americanos fez campanha pela inclusão da ciência oceânica nos currículos escolares. O movimento então se espalhou pelo mundo. Também se ampliou. A ideia não é apenas aprimorar o conhecimento dos estudantes, mas também promover a conscientização cívica sobre o papel fundamental que o oceano desempenha no equilíbrio do planeta.
Desde o princípio, a Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO tem desempenhado um papel importante neste movimento. Em 2012, a COI organizou a primeira conferência sobre o tema na Europa. Cinco anos depois, esteve à frente de uma coligação de instituições e organizações para promover a “Cultura Oceânica para todos” na Conferência das Nações Unidas para o Oceano, em Nova York, em junho de 2017.
Em dezembro do mesmo ano, a Comissão organizou uma conferência internacional sobre cultura oceânica em Veneza, na Itália. Também lançou um manual, “Cultura oceânica para todos: kit pedagógico”, que disponibiliza recursos para escolas e instituições. Mais recentemente, a COI lançou um portal international, que disponibiliza recursos educacionais para o público.
A América Latina declara guerra ao plástico, O Correio da UNESCO, jan./mar. 2021.